domingo, 1 de janeiro de 2012

Quimera Fantasia


É penoso olhar para trás e ver que a confiança que depositei apenas serviu para acalentar o meu espírito cruel e a minha raiva. Pensei que talvez fosses diferente. Eras muito dono do teu nariz. Indomável. Quimérico. Reservado. De certa forma, agradava-me porque eu também sou assim e compreendo que cada coisa ocupa o seu lugar, inclusive nós. No entanto, por magia, descubro que todas as minhas considerações não passaram de ideias quiméricas que me acreditei durante algum tempo. Não tenho vergonha de admitir. Pelo menos serviram para me despertar do estado de transe em que me encontrava. Serviram para te juntar à minha decrépita lista de pessoas que provocaram em mim a desilusão. Bem, não sei se se tratou efetivamente de uma porque, de certa forma, esperava e já não duvidava. Porém, não acreditava de todo que um homem agisse como um miúdo de doze anos que espera que todas lhe caiam aos pés com palavras pomposas e comentários lisonjeadores que acalentam o coração de qualquer miúda. Sim, tu sabes que é miúda. Bem, mas quem sou eu para opinar? Alguém que consideraste sempre demasiado sinistra e talvez deslocada. A eterna estranha que só o é, segundo vozes, porque é engraçado! Ora, não me considero. Todos temos a nossa quota parte de estranhez, inclusive tu. Mas como diriam, não há desilusão que não possa ser eclipsada e eu não fui feita para me deprimir com isso. Lamento desiludir-te, mais uma vez.

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